8 de Março: conheça mulheres com grandes legados para a educação 

Criado oficialmente em 1977 pela ONU (Organização das Nações Unidas), o Dia Internacional da Mulher já tinha o 8 de março como marca para celebrar a luta pelos direitos das mulheres desde o início do Século 20. Alguns eventos foram responsáveis por influenciar a criação da data, mas dois deles são lembrados até hoje como pontos determinantes para o marco atual. 

Em 1911, a fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York, sofreu um incêndio. Algumas das causas desse incêndio foram as péssimas instalações elétricas e a grande quantidade de tecido presente no local, que serviu de combustível para o fogo. O acontecimento evidenciou a precariedade do trabalho no contexto da Revolução Industrial. Esse foi o mais mortal acidente industrial da cidade, matando 146 pessoas; 23 homens e 123 mulheres. A tragédia foi capa de diversos jornais da época.  

O segundo fato determinante foi a marcha das mulheres russas por pão e paz em 1917. Em meio a um momento de revolução, mulheres trabalhadoras do setor de tecelagem decretaram greve e reivindicaram a ajuda de operários do setor de metalurgia.  

Outro fato importante: 1975 foi declarado pela ONU o Ano Internacional da Mulher. Diversas ações e atividades foram desenvolvidas pela entidade para promover a igualdade de gêneros e a proteção dos direitos das mulheres. 

Mulheres na educação 

Segundo dados da pesquisa ‘Sinopse Estatística da Educação Básica 2020”, elaborada pelo MEC (Ministério da Educação), dos mais de 2 milhões de docentes da Educação Básica, mais de 79% são mulheres. Em outros estágios, as mulheres também representam a maioria; Ensino Fundamental: 78,09%, e Ensino Médio: 57,77%, por exemplo.  

Para ilustrar ainda mais a importância das mulheres para a educação, destacamos alguns nomes que marcaram o meio educacional e transformaram o mundo. 

Mulheres que mudaram a educação no mundo 

Marie Curie 

Formada em Matemática e Física na Universidade de Sorbonne, na França, a cientista polonesa Marie Sklodowska Curie foi responsável pela descoberta dos elementos químicos Polônio e Rádio, dando, assim, início às pesquisas sobre radioatividade. E sim, é isso mesmo que você pensou! O nome ‘Polônio’ foi em homenagem ao seu país. Marie foi a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel de Física em 1903 e, oito anos depois, conquistou o de Química. Dessa forma, se tornou a primeira pessoa a recebê-lo duas vezes.  

Vale destacar também que a polonesa foi professora desde os 18 anos de idade e chegou a dar aula em uma instituição considerada ilegal por desafiar as políticas de repressão impostas pelo Império Russo, na qual o maior público era de mulheres proibidas de estudar. 

Maria Montessori 

Nascida na Itália, Maria Montessori foi a primeira mulher a se formar em medicina. Também pedagoga, Maria renovou o ensino e desenvolveu um método que, posteriormente, ficou conhecido como ‘Método Montessori’. A metodologia, que é aplicada até hoje em todo o mundo, é dirigida especialmente às crianças do período pré-escolar, baseada no estímulo da iniciativa e capacidade de resposta da criança, através do uso do material didático especialmente desenhado. Assim, é possível uma maior diversificação das tarefas, além da máxima liberdade, de forma que a criança aprende por si e segue o ritmo de suas próprias descobertas. 

A docente acreditava que as crianças tinham capacidade para conduzir o seu próprio aprendizado. Além disso, de acordo com o seu pensamento, os professores eram responsáveis apenas por acompanhar o processo. 

Anne Sullivan 

Ainda criança, a educadora norte-americana perdeu a visão e ficou conhecida por ter ensinado a Helen Keller, uma garota surda-cega que ainda não tinha recebido nenhum tipo de educação formal. Foi por meio do tato que Anne Sullivan ensinou a sua aluna a língua de sinais. Assim, a menina reconhecia os objetos e os associava às palavras. Dessa forma, Helen passou a ser fluente em inglês, alemão e francês. 

Emília Ferreiro 

Radicada no México, a psicóloga e pedagoga argentina Emília Ferreiro revolucionou a maneira de pensar a alfabetização quando analisou e desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever. O fato também influenciou a educação brasileira a partir dos anos 90. 

Para Emília, a construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual, embora aberta à interação social, na escola ou fora dela. 

Dorina Nowill 

Dorina Nowill foi a primeira a aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, no centro de São Paulo. Dorina se formou como professora e se especializou em educação de cegos na Universidade de Columbia, em Nova York. Ela trabalhou para a criação e implantação de instituições, leis e campanhas em prol dos deficientes visuais. Dorina também foi responsável por dirigir a “Campanha Nacional de Educação de Cegos”, do MEC. 

Mulheres brasileiras que transformaram a educação 

Jaqueline Moll 

Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Jaqueline Moll tem como campo de pesquisa e trabalho as áreas de políticas públicas e práticas pedagógicas, principalmente tratando-se da alfabetização, educação de jovens e adultos, entre outros temas. Jaqueline se destaca quando o tema é Educação Integral, bem como é responsável pela implementação do Mais Educação, programa que chegou a mais de 60 mil escolas brasileiras. 

Anália Emília Franco  

Anália Franco conseguiu ser aprovada em um Concurso da Câmara de São Paulo aos 16 anos para trabalhar como professora primária. Conhecida como a ‘Dama da Educação Brasileira’, Anália enfrentou preconceitos e machismo para defender a igualdade entre mulheres e homens e, principalmente, o direito à educação. A educadora era reconhecida no cenário nacional e se destacou ao chegar, ao final da sua vida, à criação de 71 escolas, dois albergues, uma colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos para crianças órfãs, uma banda musical feminina, uma orquestra, um grupo dramático, além de oficinas para manufatura. 

Bertha Maria Júlia Lutz 

Uma das maiores feministas brasileiras, Bertha Lutz foi determinante para o movimento de igualdade de gênero no País. Bióloga, educadora, diplomata e política brasileira, Bertha era cientista assim como o seu pai, Adolfo Lutz. Ativista pelo feminismo, ela foi responsável diretamente pela articulação política que resultou nas leis que deram direito de voto às mulheres e igualdade de direitos políticos nos anos 20 e 30. A educadora também foi ativa na defesa do conhecimento científico brasileiro, da formação científica, do combate a doenças, da proteção à natureza e conservação da fauna e da flora brasileira. Atualmente, existe um museu virtual dedicado à sua atuação política e científica com apoio do CNPq. 

Êda Luiz 

Conhecida como ‘Dona Êda’, Êda Luiz foi coordenadora pedagógica do Centro de Integração de Jovens e Adultos (Cieja) do Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo. Em sua gestão, a instituição virou referência no acolhimento para quem já foi excluído de alguma forma. Assim, desenvolveu o modelo de escola democrática. A iniciativa foi reconhecida como ‘Escola de Educação Transformadora para o Século XXI’ em 2017, pela UNESCO. O projeto atingiu a capacidade de acolhimento de todos esses perfis de estudantes a partir de sua metodologia diferenciada. 

Débora Seabra de Moura 

Débora Seabra se destacou na educação brasileira por se tornar a primeira professora com Síndrome de Down no País. Durante o nível médio, Débora chegou a ser agredida e passou por situações constrangedoras junto aos colegas de classe. Em seu último ano de magistério, Débora foi homenageada pela luta em prol da inclusão social. Em 2015, Débora ganhou o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação, promovido pela Câmara dos Deputados em reconhecimento aos trabalhos e ações que se destacam na defesa e promoção da educação no Brasil. Em 2016, a educadora foi uma das escolhidas para conduzir a tocha nas Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016. Já 2019, ela ganhou uma homenagem da Turma da Mônica no projeto ‘Donas da Rua’. 

Nísia Floresta 

Nísia se tornou uma das principais vozes na defesa da educação como meio fundamental para emancipação das mulheres. Em 1838, foi responsável por fundar o Colégio Augusto, no Rio de Janeiro, para receber meninas e adolescentes. Nísia sempre buscou ampliar o ensino para moças além das atividades domésticas e também escrevia livros para defender ideais abolicionistas, republicanas e, principalmente feministas, posicionamentos extremamente inovadores na época. O colégio tinha propostas pedagógicas revolucionárias para a época; era direcionado para meninas e mesclava o ensino tradicional feminino com conhecimentos de ciências, línguas, história, religião, geografia, educação física, artes e literatura. Nísia também foi considerada a pioneira do feminismo no Brasil. 

Neste 8 de março e em todos os dias, é imprescindível destacar tantos nomes importantes e essenciais para a educação mundial. Todos esses nomes deixaram seus legados e histórias inspiradoras. Aqui, na GoKursos, você também valorizar a educação investindo na sua própria carreira. Porque, na GoKursos, a educação é para todas e todos. 

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