Em 2020, o mercado de ações contou com um aumento expressivo de pessoas que começaram a investir na bolsa de valores. Entre maio de 2019 e outubro de 2020, o número de investidores passou de 1 milhão para quase 3,2 milhões.
Os dados fazem parte de um estudo divulgado pela B3, empresa responsável pela bolsa de valores no Brasil, que também analisou o comportamento dessa nova geração de investidores.
O estudo revela que o perfil do novo investidor mudou.
As pessoas que começaram a investir na bolsa de valores em 2020:
- São mais jovens
- Têm renda média mensal de até R$ 5 mil
- Não têm filhos
A presença de mulheres na bolsa também cresceu:
- Nos últimos três anos, o número de investidoras passou de 179.392 para 809.533.
Mas o que explica esse aumento de investimentos em renda variável em um ano de grandes incertezas para a economia global? Conversamos com Alexandro Werner, especialista em mercado financeiro e gestor com 30 anos de experiência, para entender o que motivou esse fluxo de pessoas no mercado de ações e saber mais sobre como investir na bolsa.
Pandemia impulsionou investimento na bolsa de valores
O maior interesse dos brasileiros pelo mercado de ações acompanhou a chegada da pandemia no país. De acordo com o Google Trends, ferramenta que analisa o volume de buscas por determinado assunto no Google, o mês de março de 2020 registrou o maior número de pesquisas no termo “bolsa de valores” da história.
Para Werner, a crise no mercado de trabalho causada pela pandemia fez com que muitas pessoas a buscassem novas oportunidades de compor a renda. “Elas procuraram saber o que é o day trade, swing trade, o que é ação, como funciona esse mecanismo, e viram que existe uma possibilidade de ganho, desde que tenham muito estudo para poder fazer esse dinheiro render”, explica.
Além da pandemia, um outro fator foi determinante para a migração de investimentos em renda fixa para a renda variável: a redução da taxa básica de juros. “Com a diminuição da taxa Selic, o rendimento fixo está abaixo da inflação, então não existe nenhum ganho”, pontua Werner.
Esse fator, aliado ao baixo rendimento na poupança, fez com que mais pessoas buscassem investir na bolsa de valores, que apresenta mais possibilidade de lucro, porém com maior risco.
Mais aprendizado = mais confiança com o mercado de ações
Segundo os dados da pesquisa da B3, os novos investidores, apesar de jovens, têm maturidade na hora de investir, com foco no médio e longo prazo e compreendendo os riscos envolvidos.
Essas pessoas buscam no aprendizado mais informações e estratégias para tomar decisões seguras, com investimentos diversificados e pensando no futuro. E nesse sentido, a tecnologia têm um grande impacto na entrada de novas pessoas no mercado de investimentos.
A maior parte dos entrevistados utiliza a internet para se informar, principalmente através de canais de Youtube e perfis de influenciadores digitais. Essas pessoas procuram cursos online de finanças, videoaulas e especialistas para guiar suas decisões e adquirir mais conhecimento.
Diante da variedade de informações disponíveis, é importante estar cada vez mais atento à qualidade do conteúdo e à credibilidade, reputação e experiência de suas fontes.
Trabalhando na gestão de empresas há mais de 30 anos, Alexandro Werner sempre buscou aprimorar sua carreira com especializações e cursos. Com MBA em Finanças pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC), MBA Executivo Internacional pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e curso em Gestão Financeira e Mercado de Capitais pelo New York Institute of Finance, hoje ele usa seus conhecimentos para formar novos investidores.
Como começar a investir na bolsa de valores?
Entrar em um mercado de renda variável envolve riscos e possibilidades que assustam quem não está familiarizado com o universo da bolsa de valores.
Selecionamos dicas do especialista em finanças Alexandro Werner para não errar na hora de investir na bolsa. Confira!
Aprender antes de investir em ações
Entender o funcionamento das operações na bolsa de valores é o principal caminho para não se frustrar. Por isso, é essencial que, antes de injetar dinheiro na bolsa de valores, a pessoa saiba o que está fazendo e quais são as possibilidades que vai encontrar no mercado de renda variável.
“Se você quer trabalhar nesse mercado, se você quer investir, primeiro deve estudar. Porque é muito fácil você ter sorte de principiante, mas depois perder tudo que você investiu. Você precisa saber como traçar seus objetivos diante de tudo o que o mercado pode oferecer” reforça Werner.
“Você não pode entrar em um mercado extremamente agressivo, no qual para alguém ganhar, alguém vai perder, sem estudar”, explica. “O conhecimento é o primordial. Existem muitas opções. Fundos, ações, day trade, e para cada uma delas existem várias configurações, com riscos diferentes. Então você precisa estudar o que você quer.”
Uma alternativa é procurar cursos online feitos por instituições especializadas, como os cursos da Universidade Atom que já estão na plataforma GoKursos. O curso vai do iniciante ao avançado, apresentando estratégias e metodologias utilizadas para investir na bolsa de valores.
Entender os riscos envolvidos no mercado de ações
Além de dominar os conceitos e o conhecimento necessário para entender o funcionamento do mercado financeiro, é importante entender os riscos envolvidos nos investimentos de renda variável.
“A maioria das pessoas quer ter aquela sensação imediata, e isso requer um risco maior, uma exposição maior”, comenta Werner. “Elas pegam o pouco que têm para tentar duplicar aquele valor, ter algum rendimento expressivo, e acabam de forma equivocada tendo reações no mercado que não conseguem se segurar psicologicamente. E aí a perda é quase que inevitável”, comenta.
Valor mínimo para investir na bolsa
Uma das maiores dúvidas dos investidores iniciantes é o valor mínimo para começar a operar com ações. Por mais que não exista uma regra, é importante pensar que o rendimento é proporcional ao investimento.
“Existem corretoras que disponibilizam investimentos de R$ 25 para minicontratos de dólar ou de índice de bolsa. Mas esses R$ 25 reais podem durar 2, 3 segundos, dependendo do momento que você vai entrar”.
Werner também aponta para a volatilidade do mercado e o investimento estratégico. Conhecer o mercado e entender as áreas que tem maior possibilidade de crescimento deve ser um fator de escolha na hora de investir.
“Por exemplo, quem investiu no final de 2016 na Magazine Luiza em uma ação que custou R$ 7, essa mesma ação chegou a bater R$ 1.000. Se você tivesse comprado mil ações em 2016, hoje teria R$ 1 milhão”, explica Werner.
Investir o excedente
Outra dica para quem está começando a investir é não comprometer sua renda de forma a criar dívidas. Werner aponta para a necessidade de se investir o excedente, ou seja, gastos supérfluos que não vão fazer falta no orçamento mensal.
“Se você vai beber duas cervejas, beba uma e guarde a outra para investir. Assim, você considera que aquele dinheiro não existe mais, e fica mais fácil psicologicamente de você tratar esse investimento como uma coisa que você deixou de consumir, mas que você não teria mais de qualquer maneira”, explica.
Comece a investir em ações com o pé direito
Operar no mercado de capitais envolve riscos e possibilidades que precisam ser avaliadas através de um olhar analítico, treinado, para tomar decisões assertivas que tragam bons resultados.
Antes de investir o seu dinheiro no mercado de renda variável, é importante estudar e conhecer todas as chances que existem de atuar na bolsa de valores.
Busque cursos online e conteúdo produzido por quem entende do assunto. Dessa forma, a sua jornada será muito mais produtiva e enriquecedora.
Agora você já pode começar a investir!
Investir na bolsa de valores é um passo que exige cuidado, mas que é muito vantajoso para quem quer usar o dinheiro para construção de patrimônio de forma eficaz. Em 2021, o mercado de ações é uma das melhores alternativas de investimento, e agora que você entende melhor seu funcionamento, pode começar a investir e escolher quais ações serão melhores para a sua saúde financeira.
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